sexta-feira, 13 de julho de 2012

Sem você

Descobri que sem você ainda posso sorrir. Sem você, não sou feliz da mesma forma, porém, ainda consigo ver as lindas cores de um jardim (mesmo sem flores). Ainda sinto transbordar de dentro de mim a alegria ao ver uma pequena criança. Ainda me imagino mãe, seja lá com quem for.

Não é melhor sem você. As coisas não vão tão bem assim como o esperado. Mas ao contrário do que eu pensava... Ainda posso respirar. Ainda consigo tratar bem até mesmo os desconhecidos, ainda sei dizer “obrigada” e sorrir em cortesia.

Consigo sorrir por coisas bobas e engraçadas que acontecem ao meu redor. Porém, não da mesma forma.
Eu olho para os homens de beleza compatível com a que considero... Olho da mesma forma com que olho para uma bela flor que avisto de longe em meio a tantas outras iguais, sem ter vontade de colhê-la. Não é a mesma forma com que olharia para uma estrela que brilha diferente das outras. Aquela que vemos no alto do céu e que admiramos já de longe, não somente o brilho exterior, mas pelo conforto que ela nos traz ao parecer que foi especialmente feita para você; como você deseja. Aquela na qual fixamos o olhar ignorando as demais.  

Eu pensei que não fosse capaz, de pisar firme com os pés no chão e a cabeça erguida. Eu pensei... Eu descubro a cada dia um novo “Eu” dentro de mim. Descubro que posso fazer despertar forças as quais eu mesma desconhecia e duvidava que pudesse ter.

As coisas não estão perfeitamente bem. Mas, diferente do que pensava... Ainda posso respirar. Ainda acordo com otimismo e confio em um dia melhor. Ainda agradeço a Deus no fim do dia por mais 24hr vividas.

Seja lá como for, poderia estar tudo muito melhor. Mas eu consigo respirar, consigo olhar ao meu redor, consigo admirar as pessoas que me tratam bem e que são boas comigo.
Dessa forma eu peço: “O que for verdadeiro, aproxime-se. O que for falso, afaste-se de mim. E, por fim, aquilo que um dia foi verdadeiro e tornou-se falso, doa o que doer, aconteça o que for, leve para longe de mim, e deixe apenas em minha memória aquilo que valer por um sorriso de alegria ou de saudade ao ser lembrado. Deixe em minha lembrança apenas o gosto doce que senti em cada bom momento vivido.”

Não é um outro que eu desejo. Não é apenas alguém que me trate bem, que me beije na testa e me trate com carinho e cuidado. Pessoas assim não são tão difíceis de se encontrar. O que eu quero é a pessoa certa. É a estrela que brilha diferentemente das outras. A estrela onde só eu enxergo aquele brilho singular.

O que eu não sabia, é que poderia respirar e que o meu chão permaneceria sob os meus pés da mesma forma que antes. Eu não sabia que conseguiria sair da ofegante e insistente dor interna, aquela que apertava o coração, que me fazia sentir esmagada pelas mãos de um outro alguém. Eu me senti fraca, sem vontade de caminhar. Tranquei-me em um quarto escuro onde só havia espaço para a tristeza e para os fantasmas donos dos meus maiores pesadelos.  

Descobri que sem você... É como uma tempestade. Ela se aproxima, chega, destrói tudo. Inunda, alaga, faz escorrer a chuva pelos olhos. Mas em algum momento, o temporal cessa, o Sol reaparece vagarosamente e te faz enxergar tudo o que acontece à sua volta com clareza. Aquela mão que antes apertava seu coração, você consegue fazer se soltar. Você passa a ver as coisas de modo diferente e depois de tudo, percebe que você também se torna diferente. A tempestade meche com seus sentimentos, destrói aquilo considerado bom. Te destrói por dentro e por fora, mas te renova.  Você se vê forte, descobre que pode superar tudo.

Caminho e sigo em frente, pois se as coisas não estão tão bem, o melhor está a minha espera no futuro. Um futuro que pode estar daqui há anos ou meses. Um futuro melhor que pode chegar agora ou a qualquer minuto dos 1440 existentes em um dia. Um futuro que eu poderia buscar em qualquer lugar, ou que, melhor do que isso... Você poderia me trazer de volta.  

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