terça-feira, 10 de agosto de 2010

Um relógio sem funções I


Eu vejo que você não está tão bem longe de mim.
Você não consegue disfarçar que amizades e abraços compulsivos não são apenas necessários para te fazer feliz.
Você mudou drasticamente e não é mais o mesmo que conheci.
Mergulhou neste mundo de falsas promessas e agora está construindo um castelo de ilusões.
Eu tento te encontrar, mas algo está me impedindo. Existe um véu negro sobre seus olhos que sempre me impede de te ver. Deus está te impedindo de sofrer com saudades de mim.
Toda vez que te vejo meu coração sangra e em minha garganta sinto uma corda tentando me sufocar.
Já me proibiram de te amar, já me impediram de te ver. Minha vontade de ter o seu coração é obsessiva. Eu quero mais uma vez segurar em minhas mãos aquilo que te faz bombear o sangue. A essência da vida. Eu preciso mais uma vez sentir teu sangue quente escorrer entre meus dedos. Esparramar-se pelo meu corpo. É a sede que eu tenho para viver.
Sinto que ainda és meu.
Não tente se enganar; ninguém nunca vai te amar e te fazer sofrer como eu fiz. Mas dessa vez será diferente, eu vou te sufocar com tanto afago. Quando eu te trouxer de bandeja o cálice da morte, também te trarei uma maravilhosa coroa de flores. Farei com que estas sejam as mais belas. Rosas negras mergulhadas em teu sangue. Desculpe, mas não poderei comprar com tampouco dinheiro, rosas vermelhas.
Todos os relógios se derreterão ao calor do teu corpo fúnebre.
As horas já não fazem sentido sem você ao meu lado.
Eu te farei feliz novamente, basta oportunidade. Sorrisos, vontade de viver. Ah! Isso terás de sobra, meu amado. Vou te abraçar forte com um sentimento sincero. O mais sincero possível. Vou te sufocar, com esse amor gritante.

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