sábado, 23 de julho de 2011

Uma simples história...

Era um rapaz alto, moreno da pele clara como algodão. Rosto marcado com traços bem simétricos. Tinha uma beleza que até então, somente eu notava em segredo.
Corpo de homem e sorriso de garoto. Era esta a única característica que não lhe permitiria mentir a idade se necessário fosse. Em seus ombros retos carregava a postura de adulto junto à feição de responsabilidade perante aos seus deveres e futuro. Dizia-se correto sem nenhuma palavra, bastava seu olhar repleto de seriedade. Um olhar calmo, profundo, capaz de enxergar o que qualquer um julgava escondido da personalidade. Era singular aos mesmos de sua idade.
Braços naturalmente fortes, suficientes para por medo em invejosos. A pele macia assemelhava-se a um tecido aveludado e como uma teia, era capaz de prender a ele quem se dispusesse a tocá-lo. Rotulado por sua virilidade, garantia proteção a quem amasse. O vento ousava soprar em sua direção só para mexer-lhe os cabelos escuros e o Sol o iluminava para que pudesse ver no negrume de sua sombra, mais um contorno de um ser tão perfeito. Os trovões se calavam todas as vezes que, por ventura, ele ameaçasse pronunciar alguma palavra. Agora, era apenas eu e a natureza que notávamos com tanto vigor o deslumbre daquele jovem rapaz.
Certo dia, numa manhã escura daquelas que o Sol demora a acordar, eu o conheci pelo o que seria talvez a segunda vez, ou a primeira desta vida. Não foi como normalmente as pessoas conhecem umas ás outras. Sem cumprimentos nem sorrisos. Seus olhos só me permitiam olhá-lo de longe, pois de perto um sorriso discreto e involuntário me escapava da boca fazendo com que eu não o olhasse profundamente, procurando me esconder na vergonha. Eu não dizia uma só palavra que não fosse com o olhar, até tomar coragem de dizer-lhe algo que pudesse ouvir.
Um dia, um singelo “oi” eu pronunciei direcionando a ele, para então começar uma conversa descontraída. Iniciava-se uma história sem fim.

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